sábado, setembro 24, 2011


Palavras ao Vento


Diário de Bordo

Tenho visto tantas futilidades hoje em dia. Um exemplo é o Rock In Rio. Que coisa mais plastificada. Posso falar de cadeira, pois trabalhei no primeiro em 1985 e foi o máximo. Apesar de ter Ney Matogrosso (que apesar de não ser rock, 'arrebentou'), Rita Lee sem voz nenhuma (tremendamente mal-educada com o pessoal do back stage, onde trabalhei') e o pessoal do Barão Vermelho chapado errando as letras e se arrastando para o palco, mas valeu a pena. Não tinha coisas como hoje, do tipo Claudia Leite sugerindo que se faça um Rock In Rio para Axé (Axé in Rio? Eu hein). Ninguém merece. Me lembro na época (consegui o trabalho por "gagada"), que seria a primeira vez que grande nomes do rock viriam à América do Sul e veio gente de tudo quanto foi lugar (namorei uma argentina, saí com uma peruana lindíssima que sumiu na praia de Ipanema, e fiquei com minha esposa na época, claro, quando eu conseguia fugir dela, rsrsrsr). Fiquei uma semana sem ir em casa, por causa das festas nos finais dos shows (por ai vocês podem ter uma noção como estava minha 'alma' na época, rsrsrs). Mas hoje, tudo se resume à venda de produtos "Rock In Rio - Eu vou", cobertura incessante da Globo do evento e um comercio selvagem. Os verdadeiros iniciados não vão 'nem a paú' nesta plastificação. Pena. Roberto Medina até que tem boa intenção (pessoalmente é uma simpatia e saca legal de som da década de 70), mas seus acessores só se interessam mais por lucro para empresa do que dar prazer. Claro que se pode ter prazer e ganhar uma 'graninha' de quebra. Mas não tão selvagemente como está sendo. Pobre das futuras gerações de ouvintes de rock. Será que ouvirão os molequinhos fazendo roquezinho, fazendo cara de mal? Tomara que não. É por estas e outras que eu prefiro o underground, contestatório, novo, desafiante e enigmático. Coisas que, como por exemplo, Green Demon sempre posta no Demonic Toys e poucas pessoas prestam a atenção. Mas, "se la vie". Vou vivendo, garimpando sons por aí, em busca de um tesouro musical definitivo, na qual sei que nunca acharei. Mas enfim, abaixo a plastificação industrial do consumo rápido. Viva os Carbonários sonoros que graças aos céus, existem.

Postado ao som do System Of A Dowm, "Aerials"

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